A obesidade infantil já atingiu números de epidemia no Brasil. Três em cada 10 crianças atendidas pelo SUS estão acima do peso. Uma criança obesa tem 80% de chances de se tornar um adulto com sobrepeso, mas os problemas de saúde podem vir ainda na infância, como diabetes, doenças cardiovasculares e ortopédicas com graves efeitos na saúde mental.
É urgente e possível agir agora para coibir todos esses efeitos. Um dos caminhos é garantir alimentos mais saudáveis na escola, local onde as crianças passam boa parte do dia. É por isso que o Instituto Desiderata, apoiado pela Umane, está fazendo campanha para a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1662/2019 na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O PL propõe medidas para proibir a venda e distribuição, em escolas públicas e privadas, de produtos ultraprocessados e com alto teor de açúcar como refrigerantes, sorvetes industrializados, salsichas e biscoitos e salgadinhos de pacote. O PL prevê ainda que, nos estabelecimentos comerciais, esse tipo de produto terá que ficar em prateleiras fora do alcance das crianças pequenas e avisos sobre a lei precisarão ser instalados. A regulamentação municipal também obriga empresas a criarem salas de apoio à amamentação para a coleta de leite materno.
O projeto já foi aprovado em primeira votação. Para que ele vire lei, basta que os mesmos vereadores repitam seu voto e que o prefeito sancione o projeto para que o Rio de Janeiro se transforme em exemplo de liderança num dos temas mais prementes da sociedade contemporânea.
Com o objetivo de incentivar toda a população carioca a pressionar pela aprovação do PL, o Instituto Desiderata lançou a campanha “Quem quer prevenir a obesidade infantil, levanta a mão”.
“A aprovação desse PL no Rio de Janeiro é fundamental para conter o crescimento da obesidade infantil no município. Ao proteger as crianças e adolescentes do acesso aos ultraprocessados e bebidas adoçadas, as opções alimentares que essas crianças terão de fazer serão muito melhores, mais saudáveis. Isso, consequentemente, terá uma importante influência também sobre seus hábitos alimentares futuros”, ressalta a diretora do Instituto Desiderata, Roberta Costa Marques. Uma das doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes, a obesidade é um dos principais focos e preocupações da Umane.