Na última quinta-feira, 29 de junho, foi realizado o evento de lançamento da nova edição do Covitel (2023), Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília. O estudo descreve a prevalência e analisa o impacto dos principais fatores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) na saúde da população adulta brasileira.
A edição 2023 ouviu 9 mil pessoas, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023. Foram coletadas informações sobre a prática de atividade física, hábitos alimentares, saúde mental e prevalência de hipertensão arterial e diabetes, além de consumo de álcool e de tabaco.
Assim como na primeira edição, o projeto foi desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a partir da articulação e do financiamento da Umane e, este ano, teve o apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Os dados em relação à população mais jovem, de 18 a 24 anos, foram destaque do estudo. A faixa etária lidera os fatores de obesidade, ansiedade, consumo abusivo de álcool e alimentação não saudável.
Prova disso é o salto de 90% no índice de jovens acima do peso, com o maior percentual de excesso de tempo em frente às telas (76,1%) e maior consumo de refrigerantes e sucos artificiais (24,3%) por semana. Também são eles quem menos incluem frutas, legumes e verduras na alimentação.
O evento de lançamento contou com a participação do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), da Universidade Estadual de Pelotas (UFPel), além de representantes da Vital Strategies, da Umane e de convidados da sociedade civil e imprensa. O evento também foi transmitido online.
Durante a cerimônia, Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, que enfatizou que a pasta está priorizando a pauta das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, responsáveis por mais de 41 milhões de mortes anualmente, em todo o mundo, afirmou que “Temos que dar visibilidade a essa pauta para que possamos nos comunicar com a sociedade, porque esses agravos de saúde têm sido uma das maiores causas de mortalidade no Brasil. Por isso, estamos criando uma coordenação somente para cuidar do tema e usar essas informações para traçar estratégias de políticas públicas”.
Para Fernando Cupertino, Coordenador Técnico do CONASS “Esses dados são muito relevantes para tomadas de decisões e para entendermos que a promoção da saúde é necessária, mas que deve ser feita em conjunto com o poder público e parceiros para que possamos reduzir acidentes, violências e fatores de riscos que têm atingido os jovens no Brasil”.
Já a representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, Dra. Socorro Gross, destacou que “Muito da mortalidade prematura, ainda mais na pandemia, foi de pessoas que tinham um fator de risco ou doença crônica (…) Nós envelhecemos muito rápido na região das Américas, mas não envelhecemos de maneira saudável. E o envelhecimento pode e tem que ser saudável”.
Thais Junqueira, Superintendente Geral da Umane, reiterou que o Covitel “tem as características que a Umane mais preza: trabalho em parceria, sempre orientado pela ciência, usando dados com as melhores e mais atualizadas evidências científicas disponíveis e em colaboração com o poder público”.
O Dr. Daniel Soranz, Deputado e Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, também esteve presente e salientou a importância do Covitel na construção de políticas de promoção da saúde e da taxação de produtos que fazem mal à saúde “O Covitel ajuda muito o Congresso Nacional a discutir, o Ministério a se posicionar mais fortemente e permite que todos os secretários, prefeitos e gestores possam ter mais dados para tomar decisão”.
Além do Presidente e CEO da Vital Strategies, José Luis Castro, também participou o Diretor-executivo da Vital Strategies Brasil, Pedro de Paula, que declarou que o Covitel apresenta informações robustas para a análise da situação de saúde da população brasileira e que “a saúde mental é um dos pontos que chama a atenção nesta nova edição do Inquérito. Os transtornos mentais são a quinta doença crônica não transmissível reconhecida pela Organização Mundial da Saúde e que é tão negligenciada pelo debate público.”
Para saber mais sobre os dados da pesquisa do Covitel 2023, acesse: https://observatoriodaaps.com.br/covitel/