
O 25 de julho é uma data importante para a saúde de quem vive no Brasil: o dia da criação do Ministério da Saúde que, em 2024, completa 71 anos. Mais do que olhar para as conquistas dessas sete décadas, é preciso olhar para o futuro: o que o futuro reserva para a saúde e quais novos caminhos seguir?
O avanço tecnológico tem permitido cada vez mais a inovação do setor, como a aplicação de tecnologias digitais para melhorar a qualidade dos serviços, aumentar a eficiência e facilitar o acesso a cuidados médicos. A telemedicina, e também a implementação de prontuários eletrônicos, inteligência artificial e robótica, por exemplo, fazem parte desse avanço.
Fundamental para expandir o acesso ao sistema de saúde, a digitalização apresenta oportunidades e inúmeros desafios, incluindo a necessidade de infraestrutura tecnológica adequada e treinamento dos profissionais de saúde. Conheça abaixo algumas iniciativas públicas e do terceiro setor para impulsionar essa transformação.
Afinal, o que é e quais os benefícios da digitalização da saúde?
A digitalização da saúde no Brasil está sendo estimulada por uma combinação de iniciativas governamentais, avanços tecnológicos e a necessidade de melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde, além de investimentos privados no setor.
Um dos aspectos mais visíveis da digitalização na saúde é a telemedicina: uso de tecnologias da informação para prestação de serviços de saúde à distância como consultas médicas, diagnósticos, acompanhamento de pacientes e troca de informações entre profissionais de saúde. No Brasil, a modalidade de atendimento ganhou destaque nos últimos anos, especialmente devido à pandemia – que acelerou a adoção dessa e outras tecnologias como uma alternativa necessária e eficiente para a prestação de serviços de saúde.
O uso da telemedicina tem o potencial de ampliar o acesso aos cuidados de saúde, incluindo em áreas remotas e carentes, onde a presença de profissionais de saúde é limitada. Outro benefício é a flexibilidade de horários, permitindo atendimentos médicos a partir de casa ou local de trabalho, otimizando o tempo e reduzindo a necessidade de deslocamentos e esperas em consultórios.
Além da redução dos custos operacionais, a adoção da telemedicina também facilita o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), permitindo o monitoramento contínuo e ajustes de tratamento em tempo real. Isso contribui para a prevenção de complicações e o agravamento das condições de saúde, bem como libera recursos humanos e materiais para investimentos em outras áreas do setor.
Outro aspecto da digitalização da saúde no dia a dia é a instituição dos prontuários eletrônicos em detrimento dos registros em papel, permitindo um armazenamento mais seguro e eficiente dos dados dos usuários. Com os prontuários eletrônicos, médicos e outros profissionais de saúde podem acessar o histórico médico completo de um indivíduo rapidamente, independentemente de onde ele esteja. Isso facilita o diagnóstico e o tratamento, expande o acesso aos tratamentos de saúde e melhora a continuidade dos cuidados médicos.
A aplicação de inteligência artificial (IA) e big data na saúde permitem desenvolver ferramentas para análise de grandes volumes de dados, identificar padrões e oferecer suporte à tomada de decisão clínica. Isso melhora a acurácia dos diagnósticos e a adequação de tratamentos.
Na prática: conheça iniciativas para a expansão da saúde digital no Brasil
A digitalização da saúde representa uma inovação significativa no setor com o potencial de transformar o acesso e a qualidade dos serviços médicos no Brasil. Sua expansão depende de ações coordenadas, incluindo políticas governamentais, financiamento e incentivos, educação e capacitação, além de parcerias estratégicas.
O Ministério da Saúde lançou a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 para incentivar a transformação digital no setor, integrar e modernizar os sistemas de informação em saúde, promover a telemedicina e a telessaúde, bem como garantir a interoperabilidade dos dados. Em 2023, outro avanço da pasta foi a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), responsável pela formulação de políticas públicas voltadas à gestão da saúde digital, assim como apoiar outras secretarias, gestores e trabalhadores da saúde a incorporar o portfólio de tecnologias digitais.
Outra iniciativa de destaque é o Meu SUS Digital, antigo Conecte SUS, que visa integrar as informações de saúde dos cidadãos brasileiros em um sistema único, acessível tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O objetivo é facilitar o acesso aos dados em tempo real e racionalizar atendimentos, melhorando a coordenação do cuidado e reduzindo a duplicação de exames e procedimentos, por exemplo.
Parcerias entre o setor público e o setor privado têm potencial para financiar projetos de digitalização na saúde. Essas parcerias permitem a troca de experiências e recursos, acelerando a implementação de tecnologias inovadoras. Entre as iniciativas em curso, podemos destacar o Impulso Previne e a Plataforma de Inovação Aberta, apoiadas pela Umane.
O Impulso Previne é uma solução digital que centraliza em uma plataforma dados, análises e recomendações sobre o programa de financiamento federal da Atenção Primária (Previne Brasil) para apresentá-los de forma rápida e descomplicada a gestores de saúde. O projeto é realizado pela ImpulsoGov, organização sem fins lucrativos que oferece soluções e serviços aos SUS sem custo para os municípios brasileiros. Em 2023, eram 964 municípios e mais de 33 mil usuários acessando a plataforma.
A Umane também apoia a Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde, uma iniciativa da Artemisia que conecta empreendedores a gestores públicos com o objetivo de escalar soluções tecnológicas para a melhoria do acesso e qualidade dos serviços da Atenção Básica. Para saber mais, acesse o Relatório Anual 2023.
A digitalização está transformando todos os setores e não é diferente na saúde, tornando-a mais eficiente, acessível e integrada. Isso pode representar melhorias significativas nos cuidados de saúde para a população brasileira. É preciso investir em iniciativas de formação e treinamento para profissionais de saúde visando garantir a adoção eficaz de tecnologias digitais.
Destinar recursos para apoiar a implementação de tecnologias digitais nos serviços de saúde, como a adoção de prontuários eletrônicos, sistemas de gestão hospitalar e plataformas de telemedicina, deve ser uma prioridade para os municípios. Por fim, são necessários investimentos em infraestrutura tecnológica – especialmente em áreas rurais e menos desenvolvidas – para garantir que todos os brasileiros usufruam os benefícios da digitalização da saúde.